Veja só, 1960! Chegamos a 2025. Passaram-se aproximadamente 23.992 dias, segundo Sophia, a minha I.A. favorita. Quem diria, em 1960, que hoje, aos meus quase 65 anos, eu teria uma Inteligência Artificial favorita.
Quantas coisas vividas e não vividas: escolhas conscientes com propósito e finalidade e as escolhas inconscientes que me colocaram em labirintos medonhos, face a face com o Minotauro. Para não ser devorada pelo Minotauro, precisei lançar mão do autoconhecimento, desvendar meus próprios mistérios e achar o caminho que me levasse a uma saída segura.
Cheguei a Creta em relativa segurança. Chegar a Creta não significa estar vitoriosa. A jornada continuou e ainda há muito o que ser desvendado. Há tantos mistérios nesta vida! Mistérios sobre nós mesmos e sobre os outros que só iremos compreendê-los quando pudermos olhar em perspectiva, quando tomarmos uma distância de 10 ou 20 anos. Alguns, nem mesmo a distância temporal permitirá desvendá-los. Serão eternamente mistérios.
Tudo aquilo que não escolhi porque escolhi uma outra coisa ou um outro caminho, morreu para mim. Jamais saberei como teria sido se as escolhas tivessem sido outras. Porém, para que as escolhas tivessem sido outras, eu teria que ter sido uma outra pessoa e não esta que fui. Uma outra pessoa mais consciente do meu próprio funcionamento psíquico; consciente das minhas carências; dos meus mecanismos de defesa e de ataque; consciente daquilo que me afetava e de como me afetava, e dona dos meus desejos.
Se disso tudo eu soubesse, certamente não teria terceirizado a minha felicidade e o meu gozo. Chegar a Creta não significa estar livre eternamente dos labirintos. O minotauro foi vencido, mas há outros desafios nesta complexa vida. Seja bem-vindo, 2025, ocupe o seu tempo e espaço e me conte a que veio.
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